agua. agua, quero agua. e vento. e sombra, ou escuridao.
quero mar e rio e lagos e quero o frio, como um amante suculento de mansinho
quero o frio o fresco, azeitonas e limonadas
quero algo assim parecido tipo aquele prazer dos finais da tarde
ou o cheiro da terra molhada
preciso muito desse fresco
agora estao 47 graus em banaras e eu nao consigo respirar nem fazer nada
por isso estou na internet para esperar que o dia passe e a noite chegue
tudo e po, so po
e caminhar perto do rio impossivel
o cheiro da morte combustida e do fogo ardendo
as vacas morrem disidratadas, os velhos gretados pedintes
a merda no chao infinita entre os restos dos cadavers mal ardidos
e eu farta. isto e impossivel. o mais parecido com o inferno de Dante
que eu alguma vez experienciei
impossivel
conseguimos um bilhete de comboio para amanha e vamos fugir.

o percurso do rio?
pensamos ir ate a tailandia e pensamos ir ate sikkim
e depois de reflectirmos
decidimos ir ver de onde vem este rio louco
onde nasce o ganges?
e vamos meter-nos agora nas montanhas
em busca do frio, e da nascente da vida.

aqui vamos a caminho dos himalaias no comboio ascendente
paramos no taj mahal para tirar uma fotografia muito depressinha
que esta mesmo um calor impossivel
e depois prosseguimos
destination: rishikesh- capital do yoga.

yo...gaga...eu e estou tao gaga que vou desconectar-me e regressar ao hotel
onde nao ha electricidade para o ac funcionar mas pelo menos
ha escuro e sombra e assim lendo esperarei pelas estrelas.

ooohhhh....que horror, que calor.